Um artesão em busca de um instrumento esquecido:
Fernando Meireles e o processo de revivalismo da viola toeira.
No final dos anos 1980 chegaram à banca de trabalho de Fernando Meireles várias violas toeiras, a maioria das quais esquecidas durante décadas em arrecadações e sótãos empoeirados. Os sucessivos pedidos de restauro prenunciavam uma dinâmica de revivalismo deste instrumento, que viria a intensificar-se na década seguinte.
O artista refere-se à toeira como “a mais elegante e mais bem proporcionada” das violas portuguesas e destaca a seleção criteriosa das madeiras, das colas e dos vernizes utilizados na sua construção, a adequação da espessura dos tampos e das ilhargas, o equilíbrio na definição das formas e das proporções e a riqueza dos elementos decorativos.